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Estorinha Imoral

  • Foto do escritor: paulochedid
    paulochedid
  • 13 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Como sempre, o cocheiro diminuía a velocidade da diligência porque a curva era arriscada e os bandidos poderiam estar esperando.


Um dia, o trem aposentou a diligência.

Mas não resolveu a curva e não prendeu os bandidos.


Pontualmente, já era tradição, o bandido pai Rod Steiger, e alguns dos filhos mais velhos, eram muitos, paravam o trem, sem emoção limpavam os bolsos dos passageiros que já traziam a conta certa, só dos passageiros, diziam adeus e iam-se embora.


Todos assim iam vivendo monotonamente.


Davam-se bem com poeira, sol e pés descalços, perguntavam pela família e pela saúde. Só faltava marcarem dia e hora para o próximo encontro.


Um dia, James Corbun e uma inédita metralhadora vieram para o elenco. Não está muito claro de onde vem o trem, mas sabe-se que no México há uma revolução justa, contra um tirano malvado.


Rod Steiger e James Corbun ficam amigos no primeiro assalto.


De tão amigos, Rod Steiger que havia passado a vida à beira do caminho, sossegado entre uns trocados e algumas moedas, resolve ir até a revolução, onde havia um banco em bom estado, pronto para ser assaltado.


Lá foi o líder dos pobres roubos, encantado pela metralhadora, na companhia daquele “gringo” arrogante e poderoso.


Somente lá na revolução, a dupla improvável descobre que a caixa forte do banco dava os fundos para uma prisão onde o malvado tirano estocava aqueles que dele discordavam.


Mas, Corbun e Steiger eram inteligentes.


Entraram na cadeia, soltaram os presos políticos tumultuando a praça, arrombaram a parede e saíram ricos.


Mentira.


Ao saírem com as malas cheias foram recebidos em festa pelos revolucionários que agradeceram a liberdade e a fortuna “oferecida” pala dupla dinâmica.


Heróis são assim, casuais, ou voluntários irresponsáveis que se dão bem por estarem no lugar e momento certo.


Seja Steiger, Lula, Corbun, Fernando Henrique, Trump, Dilma, ou Bolsonaro.


Moral da estória:


O Ideal nem sempre é a causa,

muito menos a consequência👋🏻


Paulo Chedid

 
 
 

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