É A POLÍCIA !
- paulochedid
- 13 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de dez. de 2018
Não vais acreditar.

Coisas muito estranhas acontecem por essas paragens.
O interfone do apartamento 8D, do número 74 da Avenida Heróis de Ultramar, em Pombal, Portugal, toca insistentemente.
Com desagrado interrompo a leitura de "Homo Deus", História Breve do Amanhã, de Yuval Noah Harari.
Antes de atender, toca novamente. Era alguém impaciente.
Respondi à portuguesa:
"Estou !"
"Quem é?"
A voz responde com autoridade: "É a Polícia!"
O que foi que eu fiz? Faz só dois dias que cheguei.
Será que aconteceu alguma coisa com a Regina?
Lá de baixo: "A doutora Maria Regina está? "
Explico: "Não. Foi a Coimbra com a prima."
"E o senhor, quem é?"
"O marido!"
"Por favor, venha cá e traga documentos seus e da doutora Maria."
"Estou indo." E desligo.
Será alguma brincadeira, um trote, ou um acidente na estrada?
Apanho os documentos, chamo o elevador, embarco e no térreo, lá está o oficial falando alto:
"Quem é o senhor?"
"Meu nome é Paulo. Sou o marido."
"Então diga, a doutora perdeu alguma coisa nesses últimos dias?"
Regina e eu vivemos perdendo, procurando, às vezes achando, outras não.
Ainda hoje, antes de sair para Coimbra, Regina reclamou não encontrar a carteira Coach, com seu cartão de débito e alguns euros, e saiu sem encontrar.
Contei ao policial.
Ele sacou uma carteira, mostrou-me e perguntou-me:
"Seria esta?"
Era! Dentro da carteira, alguns euros e o cartão de débito.
Mas, como? A senhora Edite José Fernando Lopes Leiria, encontrou a carteira a tomar a chuva da noite e foi para casa.
Investigou na Internet, pelo Face, anotou as informações, voltou à chuva e foi até a delegacia.
Entregou nos achados e juntou as informações, muito preocupada:
"E se alguém, antes dela, tivesse encontrado a carteira? Tirado alguma coisa e jogado o resto fora?
O dono poderia pensar que Da. Edite havia furtado. Paciência.
Hoje, o policial Luis recebeu ordem para procurar o dono e devolver a carteira.
Luis tinha apenas o nome da Regina no cartão e o bilhete de Da. Edite. Foi ao Centro de Saúde, descobriu tratar-se da filha acompanhante da mãe Ruth, em rápido atendimento no início do último inverno.
Luis anotou o endereço e aqui estamos.
Luis fotografou nossos passaportes, entregou-me a carteira, pediu que abrisse e verificasse se estava tudo certo.
Abri, tirei o cartão e o dinheiro, conferi e disse ao oficial:
"O Cartão e os euros. Muito bem, mas tem um problema."
"Como? O que falta?"
"Não falta nada, mas acho que veio dinheiro a mais!"
Ficamos amigos.
Paulo Chedid
Portugal, 25 de maio de 2018
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