De Conversa Em Conversa
- paulochedid
- 9 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Era uma palestra para jovens líderes.
O quê dizer?
Que semana.
Faltou semana. Sobraram problemas.
Com jovem é melhor. Muito melhor.
Mas tem que ser novo.
Falar sem ser repetitivo exige mais que criatividade e inspiração.
O jovem precisa ser despertado, se não: desliga o áudio e sai do ar.
Com os jovens em geral, a expectativa é maior e o potencial de dispersão é imediato.
Jovem não tolera sermão, puxão de orelha, críticas “positivas”, para “o seu bem" ❗❗
Um dos melhores e maiores comunicadores que conheci, meu querido amigo Ary Sérgio Delfiol Módulo, dizia:
- “Não existe crítica positiva. Ninguém quer ser criticado, nunca.”
Essa nossa gente quer uma prosa rápida, inédita.
Quer conversar, ouvir e falar, escutar para serem escutados, por prazer e não por dever de ofício - não estão ali para fazer volume, melhorar a estatística e ainda para aplaudir com alívio e satisfação o fim de conversa do orador.
Há oradores especialistas em palestrar até para microfone desligado.
Plateia intolerante e impaciente é pior do que uma plateia dormindo 💤.
O mais cruel julgamento é ignorar o “orador" que discursa para si mesmo, tipo falar para o espelho, que adora ouvir as próprias pérolas, que só conjuga na primeira pessoa, aquele que só ensina, dá aula, professoralmente fala para e não com o público.
É fácil medir. Quando não gosta, o ouvinte prefere um papo sem compromisso, sobre insignificâncias, com um estranho sentado ao lado, que nunca viu e nem verá novamente.
Por isso apanhei o Estadão que acabara de chegar, pontualmente às 06:00 e fui para a degola.
Abri o jornal.
Exibi a capa.
- “Quem aqui lê jornal?"
Ninguém lia jornal.
- "E no tablet, no celular, alguém lê jornal no celular?"
É preciso responder?
Nada.
Abri, carinhosamente meu jornal novinho em folha, resolvido a “vender” o prazer de ler o Estadão diariamente.
- “Muitos, dos que têm o costume de ler jornal, começam pelas manchetes da primeira página." Resumo de ontem.
Há os que preferem o Zodíaco, os signos, a sorte do dia, as recomendações do astrólogo, ao contrário do caderno de economia e negócios que chegam escritos em outro idioma, economês, compreendido por uma elite.
- "Outros começam pelo fim, habituados aos antigos cadernos de esportes 🥎 lá no fim."
Antes de perder a atenção daqueles jovens, emendei:
- “Eu começo minha leitura diária por aqui!”
E mostrei o FÚNEBRE !
Claro, primeiro para confirmar que eu não fazia parte dos falecidos, Certa vez dei de cara com o meu nome na relação dos mortos. Não foi agradável. Mas, por informações anteriores, logo percebi que se tratava do Dr. Paulo Chedid, médico da Penha, para quem um dia liguei, me apresentei e comentei a coincidência dos nomes.
Aproveitei o silêncio do susto e passei uma divertida manhã de sábado.
Paulo Chedid



Comentários